Estréia documentario "EruditoPopular" no MIS/SP
- Yvo Ursini
- 6 de dez. de 2018
- 3 min de leitura
Documentário “EruditoPopular”, em que o Projeto B participa ao lado de nomes como André Mehmari, Amilton Godoy e Teco Cardoso, trazendo uma reflexão sobre a música de invenção e o rompimento dos limites entre a música erudita e popular. Estréia quinta dia 06/12 as 20h no MIS/SP.
SINOPSE:
O que é erudito? O que é popular? Essas classificações fazem algum sentido hoje em dia? Grandes músicos brasileiros em variadas formações comprovam que não há degraus de qualidade que os separem. Vale como critério fundamental apenas a qualidade de invenção – seja na música escrita, seja naquela que é criada no instante da execução, a música improvisada.Segundo o roteirista João Marcos Coelho, “a música hoje felizmente pratica esta saudável ausência de preconceitos”. “Nem prevalece o esnobismo dos frequentadores das salas de concerto; nem os que gostam de música popular. Na verdade, adjetivos como ‘erudito’ (em má hora cunhado por Mário de Andrade para qualificar a música de concerto) e ‘popular’ não fazem mais sentido atualmente. O que vale, mesmo, é a qualidade de invenção. É isso que procuramos mostrar neste documentário no qual quem tem voz são só os músicos”.O documentário “EruditoPopular” procura desvendar as razões de convivência tão instigante e atraente para todos os tipos de ouvidos.“É emocionante ouvir e perceber como as referências desses músicos se mesclam com composições chamadas eruditas, criando novos blends sonoros, recriações ou até cocriações bem condizentes com o mundo digital. Não à toa a música de invenção é também conhecida como música contemporânea: ela vive em seu tempo, mas acumula as diversas camadas de história nesse caminho”, comenta o diretor Ricardo Feldman.O documentário conta com depoimentos com o do pianista, multi-instrumentista e compositor André Mehmami, para quem a divisão entre música erudita e música popular simplesmente não existe. Segundo ele, a divisão é entre “música necessária” e “música descartável”.Já para o também pianista e idealizador do Zimbo Trio, Amilton Godoy, a música erudita é fonte inesgotável de estudos e pesquisas que o levaram – e ainda hoje o impulsionam – a inovar no domínio da música improvisada.O guitarrista Yvo Ursini, do Grupo B, ressalta como é complexo – e ao mesmo tempo gratificante – destrinchar e trazer para a sonoridade de um quinteto de rock obras-primas de grandes compositores do século 20, como o norte-americano Charles Ives.E, caminhando numa trincheira libertária parecida, o saxofonista e flautista Teco Cardoso quer, ao lado do parceiro pianista Tiago Costa, transportar para o domínio da música improvisada o cuidado minucioso com as sonoridades e as integrações entre os instrumentistas – reproduzindo, com temas que podem ir do compositor russo Aleksander Scriabin a Carlos Gomes, o clima camerístico próprio dos quartetos de cordas, por exemplo.O documentário EruditoPopular foi realizado pela Livre Conteúdo, Ministério da Cultura e Governo Federal por meio da Lei Rouanet, com patrocínio da CPFL Energia e o apoio cultural do Instituto CPFL. Ricardo Feldman – DiretorRicardo Feldman (São Paulo, 1966) é diretor criativo, autor, editor e curador. Em 2001 cria a LIVRE Conteúdo, editora e produtora cultural, pioneira no Brasil em branded content, que pesquisa e realiza inúmeras produções – publicações, projetos audiovisuais, exposições e conteúdos digitais. Na área editorial investiga diversos temas com especial interesse na cultura brasileira, editando publicações sobre educação, literatura infantil, arte, música, moda e comportamento.Como produtor e curador realiza exposições como as mostras Flávio de Carvalho desveste a Moda Brasileira (MuBE/SP-2010) e Bailes do Brasil (Solar da Marquesa de Santos/SP-2015). No campo audiovisual, além de campanhas publicitárias, produz e dirige documentários como o Urbanas (2016), onde apresenta a perspectiva feminina sobre empoderamento e a cidade. Essa multiplicidade temática direciona seu foco para a cidade, evidenciado na publicação Auditório Ibirapuera (2013), no livro Urbanas (2016), e no guia cultural da cidade de São Paulo ATLAX (2018), de sua autoria. João Marcos Coelho – roteiristaJoão Marcos Coelho é jornalista, crítico de “O Estado de S. Paulo”, articulista da revista “Concerto”. Passou pelas redações de “Veja” e “Folha de S. Paulo”, nas quais foi crítico musical. Seu livro “No Calor da Hora – música e cultura nos anos de chumbo” (Editora Algol, 2008) foi finalista do Prêmio Jabuti de 2009. Editou o volume coletivo “Cem anos de música no Brasil – 1912/2012” (Editora Andreato, 2014). Coordena desde 2004 os concertos de música contemporânea do Instituto CPFL de Cultura, em Campinas, para o qual produziu e dirigiu 3 CDs de música contemporânea brasileira.Desde 2004, produz e apresenta os programas semanais “O Que Há de Novo” e, desde 2008, “Música Contemporânea” e as seções “CD da Semana” e “Compositor do Mês” (diário) na Rádio Cultura FM de São Paulo. Para o Selo SESC, produziu e dirigiu os seguintes livretos-DVDs da série “O Som da Orquestra”: “Piano – uma história de 300 anos” (2013), “A Família das Cordas” (2015) e “A Democracia das Madeiras” (2017) e o CD “Cage +”. Lançou em novembro de 2017 o livro “Pensando as músicas no século XXI – Invenção e Utopia nos Trópicos” pela Editora Perspectiva."